Ao final de 2007, a ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu o dia 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (World Autism Awareness Day, no original em inglês) para chamar a atenção para a importância de compreender e tratar esse transtorno que atinge mais de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.
Nesta data, os cartões-postais mais famosos do mundo se iluminam de azul, como a Torre Eiffel na França, as Pirâmides de Gizé no Egito, o Empire State Building nos Estados Unidos e, claro, o Cristo Redentor no Brasil.
A cada ano, a ONU estabelece um tema para ser objeto de discussão e conscientização envolvendo o autismo. 2020, o tema é “Respeito para todo o espectro”, que será abordado nas redes sociais a partir da hashtag #RESPECTRO.
Ciente da grande importância do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a Farmácia Indiana preparou um conteúdo especial. Hoje é dia de falarmos sobre o autismo, entendermos melhor o que é esse transtorno e, dessa forma, gerarmos empatia, conscientização e união de toda a sociedade em torno do TEA.
ENTENDENDO O QUE É AUTISMO
Antes de mais nada, precisamos entender que o autismo possui um nome técnico considerado mais preciso atualmente. Trata-se do TEA, sigla já mencionada logo acima e que significa “Transtorno do Espectro do Autismo”.
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5, que é uma referência mundial de critérios para diagnóstico, estabelece algumas características comuns para pessoas dentro do espectro. Entre elas, apresentar déficit na comunicação social ou interação social (linguagem verbal ou não-verbal e reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
Esses são traços comuns a todos os pacientes com autismo, mas que podem variar de intensidade em cada um, resultando assim em casos bastante individuais e específicos.
O autismo é diagnosticado em bebês ou ainda na infância, e os primeiros sinais podem ser notados nos primeiros meses de vida. Os sintomas mais comuns em crianças autistas são:
- Dificuldade para praticar e desenvolver a interação social. Manter contato visual, realizar expressões faciais e gestos e mesmo as próprias emoções são alguns sintomas.
- Dificuldade na comunicação e para manter diálogos, optando assim pelo uso de linguagem repetitiva.
- Alterações comportamentais, manias, apego excessivo a rotina e hábitos, ações repetitivas, fixação em coisas específicas e sensibilidade sensorial.
A condição é permanente, acompanhando a pessoa por todas as etapas da vida.
Um espectro
Apesar de falarmos de autismo no singular, a realidade é que não existe apenas uma forma de transtorno. Ao contrário, diversos subtipos do transtorno foram diagnosticados. Por isso a utilização do termo “espectro” é mais precisa, pois abrange os diversos níveis de comprometimento do transtorno.
O diagnóstico de alta funcionalidade apresenta prejuízos leves, sendo que a pessoa pode estudar, trabalhar e se relacionar. Um portador de média funcionalidade, por sua vez, necessita de auxílio para desempenhar algumas funções cotidianas, como tomar banho ou preparar a refeição.
Por fim, o paciente de baixa funcionalidade apresenta dificuldades graves, dependendo de apoio especializado ao longo de toda a vida.
Para exemplificar, algumas das formas de autismo são: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.
Não se sabe, ainda, exatamente as causas que levam ao surgimento do TEA. Os estudos científicos sempre buscaram entender a relação com a predisposição genética, analisando mutações que podem ocorrer durante o desenvolvimento do feto, bem como a herança genética passada pelos pais.
Existem evidências mais atuais que apontam também para outros fatores, como os ambientais, que podem afetar o feto, tais quais o estresse, infecções e exposição a substâncias tóxicas.
SÍMBOLOS QUE REPRESENTAM O AUTISMO
Pode ser que você se depare com alguns símbolos que representam o TEA, especialmente durante o dia 2 de abril. Além de entender do que se trata esse transtorno, compreender os seus símbolos é uma forma de se engajar e desenvolver empatia por todo o movimento que busca ajudar as pessoas que convivem com o autismo. Conheça a seguir alguns desses símbolos e seus significados.
A cor azul
Representa a maior incidência de casos no sexo masculino.
As peças de quebra-cabeça
Representam a complexidade do autismo e seus diferentes espectros que se encaixam para formar o TEA. Foi usado pela primeira vez em 1963, pela Autism Speaks.
A fita de conscientização
Foi adotada em 1999 para representar o sinal universal da consciência do autismo. Ela é, na verdade, uma marca registrada da Sociedade do Autismo. Formada por peças de quebra-cabeça de diferentes cores, ela também representa a diversidade de pessoas e famílias que convivem como transtorno em todo o mundo.
As cores representam a esperança em relação aos tratamentos e à conscientização da população. É usada para identificar locais onde pessoas com TEA são bem-vindas e terão uma atenção especializada.
Símbolo da neurodiversidade
É composto pelo sinal do infinito com as cores do arco-íris e representa uma alternativa para a peça do quebra-cabeça. O logotipo expressa a diversidade e a esperança.